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segunda-feira, 24 de maio de 2010

Surf como um todo e para todos...



recebi este e-mail do Negão, um dos caras mais surfe que conheço, apaixonado pelo mar e pelas ondas, isento de vaidades e aberto a ouvir e aprender sempre.

"Essa história que vou relatar é de dois momentos que o surf pode trazer para uma pessoa. O bom e o ruim...
Domingo passado estava saindo da minha casa para surfar e parei para chamar um amigo cujo apelido é Sorriso. O sorriso é um cara que tem como apelido aquilo que demonstra primeiro, que é seu sorriso! Na frente da sua casa, chamando ele, passa um novo brother de surf, o Sandro. Ele parou ali para perguntar sobre as ondas, se eu ia cair naquele momento, e acabamos nos conhecendo ali mesmo; uma figura de dois metros de altura, com seu long bord azul preto e branco. O Sandro é de Canoas RS, e diz que é colorado doente, começamos a bater um papo e esperar o Sorriso. Ele e o filho ficam ali na parceria, que mais tarde notei a parceria do moleque sozinho na beira da praia, esperando o Sandro voltar do surf, no ápice dos seus sete anos.
Cara somente o surf mesmo, entramos na faixa de areia, e da praia o Sandro passa as dicas para o moleque e agrega a ele mais algumas crianças e mães. Remamos para o outside, mar de um metro, no máximo um metro e meio, eu, o Sandro e o Sorriso, curtindo o grande momento do surf, que é a parceria, a amizade, a vibração positiva, que faz desconhecidos em minutos se tornem grandes amigos. Palavras de incentivo de ambos, a cada remada para aquelas boas ondas... Até que se passaram longos minutos de pura fluidez, quando a parte ruim do surf acontece. Surgem uns cinco caras remando e se aproximam, um deles me cumprimenta com uma cara amarrada, os outros nem para balançar a cabeça, e o clima de paz e harmonia se evaporam daquele lugar, que até poucos minutos atrás eram de total vibração! Os caras sabendo que sou da área há mais tempo não se preocupam comigo e sim com os outros dois haoles que estavam ali perturbando o local deles, que se achavam mais no direito de surfar por serem nascidos naquele local! Passaram a gritar, mandar para o lado, a hostilizar os dois caras que minutos antes estavam em paz. Na minha cabeça vem um filme de quando eu cheguei ali, o quanto fui hostilizado, o quanto tive que agüentar para naquele momento usufruir de um surf entre eles sem ser perturbado, como os dois estavam sendo naquele momento... Remamos para o lado e seguimos as ondas e eu somente com uma certeza, aqueles “pseudo” donos da praia, nunca irão saber o quanto é verdadeiro, o verdadeiro surf, aquele que estava fazendo antes , nós os "haoles". E se você é nativo, e se acha no direito de fazer o mesmo, deixo um pensamento para vocês... Conhecimento e respeito de ambos superam o localismo; o localismo é a forma menos aceitável dentro desta filosofia de vida, é a síntese de que o terrorismo não nos faz parte, o verdadeiro surf é feito de harmonia, paz e autoconhecimento... a busca pela onda perfeita , da amizade perfeita e de boas historias para contar!"

Falar sobre localismo parece meio "manjado", mas esse relato nos mostra que surfe não tem nada a ver com isso. Sem falar que exercer localismo é coisa de pessoas muito limitadas intelectualmente e espiritualmente, pois quem não quer surfar outros picos pelo mundo, pegar altas ondas e poder ser respeitado como ser humano. Repudiamos qualquer tipo de localismo.

Valeu Negão e boa semana a todos os nossos amigos do Pé-de-Pedra!

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